sexta-feira, 25 de junho de 2010

Redes sociais determinam dinâmica de transmissão do vírus da hepatite C


Resumo dos autores: O vírus da hepatite C (HCV) infecta 170 milhões de pessoas em todo o mundo, e é um importante problema de saúde pública no Brasil, onde mais de 1% da população pode ser infectado e em vários genótipos virais co-circular. Cronicamente indivíduos infectados são a fonte de transmissão para os outros e corre o risco de doenças relacionadas com o HCV, como câncer de fígado e cirrose. Antes da adoção de medidas de controle anti HCV nos bancos de sangue, o vírus foi transmitido principalmente através da transfusão de sangue. Hoje, a partilha de agulhas, entre usuários de drogas injetáveis é a forma mais comum de transmissão do VHC. De particular importância é que a prevalência do HCV é crescente nos grupos de não-risco. Como não há vacina contra o HCV, é importante para determinar os fatores que controlam a transmissão do vírus, a fim de elaborar medidas de controle mais eficientes. No entanto, apesar da saúde os custos associados com HCV, os fatores que determinam a propagação do vírus em escala epidemiológica são muitas vezes mal compreendidos. Aqui, nós arranjamos em seqüência parcial do gene NS5B seqüências amostradas a partir de amostras de sangue coletadas de 591 pacientes no estado de São Paulo, Brasil. Nós mostramos que o diferente genótipo viral São Paulo entrou em momentos diferentes, cresceu a taxas diferentes e estão associadas a diferentes grupos etários e comportamentos de risco. Em particular, subtipo 1b são mais velhos e cresceu mais lentamente do que os subtipos 1a e 3a, e está associada com múltiplas classes de idade. Em contrapartida, os subtipos 1a e 3b são associados com os jovens infectados, mais recentemente, possivelmente com maiores taxas de transmissão sexual. A dinâmica de transmissão do HCV em São Paulo, portanto, variam de acordo com o subtipo e são determinadas por uma combinação de idade, exposição ao risco e da rede social subjacente. Concluímos que os fatores sociais podem desempenhar um papel fundamental na determinação da taxa e do padrão de disseminação do VHC, e deve influenciar as políticas de intervenção no futuro.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O clima de ondas ao longo da costa brasileira


Resumo dos autores: O trabalho apresenta o clima de ondas da região ao largo da costa brasileira com base em uma série temporal de onze anos (Jan/1997-Dez/2007) obtida através de dados de re-análise do modelo operacional NWW3. Informações sobre o regime de ondas no Brasil são escassas e baseadas em observações ocasionais de curto período, sendo a análise inédita na escala espaço-temporal apresentada. Para a definição do clima de ondas foram definidos e analisados seis setores ao longo da quebra da plataforma continental brasileira: Sul (W1), Sudeste (W2), Central (W3), Leste (W4), Nordeste (W5) e Norte (W6). W1, W2 e W3 possuem os regimes de ondas controlados pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e pela passagem de frentes frias sinóticas; W4, W5 e W6 são controlados pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e sua oscilação meridional. As ondas mais energéticas são de S, geradas por ventos intensos associados à passagem de frentes frias, afetando principalmente a região sul e sudeste do país. A energia das ondas apresenta um decréscimo de sul para norte, com a sua variação anual mostrando que o período de inverno as ondas são mais energéticas nos setores W1 a W4, enquanto que nos setores W5 e W6 as condições mais energéticas ocorrem nos meses de verão do hemisfério sul. As informações apresentadas fornecem condições de contorno para diferentes estudos relacionados a processos costeiros, fundamentais para a melhor compreensão da zona costeira do Brasil. Acesso ao texto completo em: PIANCA, Cássia; MAZZINI, Piero Luigi F.; SIEGLE, Eduardo.Brazilian offshore wave climate based on NWW3 reanalysis. Braz. Journal Oceanogr. São Paulo, v.58 n.1 jan./mar. 2010. doi: 10.1590/S1679-87592010000100006

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mata Atlântica Pede Socorro

Dados parciais do projeto Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, referentes ao período 2008-2010, revelam que a Mata Atlântica perdeu 20.857 hectares de sua cobertura vegetal, o que equivale à metade da área do município de Curitiba (PR).

O número é parcial porque o Inpe analisou imagens feitas por satélites de 72% da Mata Atlântica, com a atualização dos mapas de nove entre os 17 Estados nos quais o bioma está presente: Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.




Minas Gerais foi o Estado que mais perdeu cobertura nativa e, ao lado do Paraná e de Santa Catarina, está entre as unidades da Federação que mais desmataram esse bioma. Cabe ressaltar que Minas Gerais teve 80% de sua área analisada, e o Paraná, 90%, o que significa que o desmatamento pode ter sido maior.


O “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” é fruto de um convênio pioneiro - originalmente estabelecido para a elaboração do mapeamento do bioma firmado em 1989 entre a Fundação SOS Mata Atlântica, uma organização não-governamental, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Desde então, as duas organizações trabalham juntas com o objetivo de determinar a distribuição espacial dos remanescentes florestais e ecossistemas associados da Mata Atlântica, monitorar as alterações da cobertura vegetal e produzir informações permanentemente aprimoradas e atualizadas do bioma. Os avanços tecnológicos na área da informação, sensoriamento remoto, processamento de imagens de satélites e geoinformação vêm contribuindo favoravelmente para a realização deste Atlas, especialmente para torná-lo mais preciso e detalhado e mais acessível às pessoas, de forma a possibilitar a criação de um cenário em que cada cidadão pode ao toque das mãos, conhecerem a Mata Atlântica de sua cidade, de sua região, de seu Estado e agir em favor da conservação e restauração florestal do bioma, meta atingida pelas organizações promotoras, graças à internet, ao criar o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica em 2004.

As demais informações, tais como os mapas, imagens, fotos de campo, arquivos em formato vetorial e dados dos remanescentes florestais, por Município, Estado, Unidade de Conservação, Bacia Hidrográfica, Corredor de Biodiversidade e Área prioritária para conservação da biodiversidade estão acessíveis nos portais
http://www.sosma.org.br/ e http://www.inpe.br/ ou diretamente no servidor de mapas http://mapas.sosma.org.br/.

Fonte:
Fapesp, Sos Mata Atlântica e Inpe