sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estudo procura investigar a relação entre a terapia de reposição hormonal e o desempenho cognitivo

A expectativa de vida da população mundial vem aumentando significativamente nos últimos anos. O envelhecimento populacional é um fenômeno global, assim como o fato de as mulheres viverem mais que os homens. É sabido que o envelhecimento acarreta um declínio normal na cognição. Durante a meia-idade, a mulher passa por um processo longo e gradual de declínio na produção dos hormônios conhecido como climatério, sendo que a menopausa (última menstruação) é apenas um dos fatores que ocorrem dentro deste período. O climatério tem consequências sobre a saúde e a cognição que se tornaram mais evidentes com o aumento da expectativa de vida. Os sintomas mais relatados são ondas de calor, ressecamento urogenital, irritabilidade, nervosismo e perda da agilidade mental.
Atualmente, muitas mulheres fazem uso da terapia de reposição hormonal para alívio dos sintomas típicos desta fase de suas vidas. O uso desta medicação costuma aliviar as queixas relatadas, mesmo as cognitivas.
Diante de tais informações, pesquisadoras da Universidade Federal de Minas Gerais, procuraram investigar efeitos da terapia de reposição hormonal sobre o desempenho cognitivo. Desde que a terapia de reposição hormonal se popularizou na década de 50 vêm sendo realizadas pesquisas para investigar seus efeitos adicionais. Os resultados encontrados sinalizam melhoras significativas na memória, na atenção e no raciocínio e fluência verbal. Existem, também, evidências de que a terapia de reposição hormonal exerça influência positiva sobre o humor e que pode retardar o desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Por outro lado, há outros estudos que não confirmam tais achados. Apesar de sua eficácia, a terapia de reposição hormonal ainda não dispõe de consenso entre os especialistas em relação aos seus efeitos sobre a saúde física, quando se trata dos seus benefícios sobre o sistema nervoso central não é diferente. Além do mais, a dificuldade de consenso na área deve-se às inúmeras variáveis relacionadas ao tema. O tipo de medicação usada, bem como a dosagem, a via de administração e a duração do tratamento são variáveis relevantes. É importante destacar, também, que não há unanimidade sobre quais das habilidades cognitivas são positivamente influenciadas pela medicação.
Portanto, são necessárias mais pesquisas com o intuito de elucidar os benefícios desta terapia e a influência dos hormônios sobre a cognição. Internacionalmente, há um grande interesse atual pelo tema. No Brasil, não foram encontradas pesquisas sobre o assunto. Assim, o desenvolvimento de novas investigações poderá contribuir para a melhoria da qualidade de vida das mulheres, particularmente na terceira idade.


Contato:
Ana Letícia Camargos

 
Elizabeth do Nascimento
Universidade Federal de Minas Gerais
e-mail: bethdonascimento@gmail.com
Fonte: Release Scielo

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